Eu sempre digo que não foi um único motivo que me levou a parar de fumar, mas sim a somatória de diversos fatores. Um deles foi o problema no uso de pílula anticoncepcional e hoje falarei sobre isso. (Em nota, me sinto a menina do "13 reasons why"... hahaha... "pílula, hoje é a sua fita").
Desde a primeira vez em que procurei minha médica para pedir um anticoncepcional ela foi muito enfática dos perigos da combinação pílula+cigarro. Ela sempre me dizia que era uma espécie de roleta russa e ela tinha muito, mas muito receio mesmo do que isso poderia resultar. Eu prometia que estava em busca de uma maneira de parar de fumar, que ela poderia confiar, mas na verdade aquele tempo todo eu nunca fiz algo concreto para abandonar o vício. Achava que poderia ser exagero da parte dela, mas no fundo eu via que a preocupação era verdadeira. De qualquer forma insisti e contra tudo e todos passei a tomar a pílula anticoncepcional.
Alguns anos depois uma menina que trabalhava junto com o meu namorado (hoje meu marido) teve um AVC. Ela tinha uns 30 e poucos anos e o caso dela deixou todo mundo bastante assustado e comovido. Não conhecíamos muitos casos de derrame em pessoas tão novas. Logo soubemos o que eu imaginava que seria: aquele AVC era o resultado do uso de anticoncepcional e cigarro.
Eu já deveria estar com a pílula por uns 3 ou 4 anos e fiquei com medo. Somando isso com vários outros fatores conversei novamente com a minha médica e optamos por mudar o meu método anticoncepcional. Por ser tabagista eu não tinha lá muitas opções, mas decidimos pelo DIU. Ele teria a validade de 05 anos e no dia em que coloquei ele fiz uma promessa que ficou no ar: "o dia que eu tirar ele eu paro de fumar".
Alguns meses depois que deixei a pílula uma prima minha me procurou. Ela também era tabagista e estava muito triste. Uma conhecida dela de 20 e poucos anos teve um derrame resultante da combinação de cigarro e pílula. Nesse caso então o AVC foi gravíssimo e a menina nunca mais se recuperou. Minha prima estava apavorada e comentei com ela que eu tinha decidido trocar de método justamente pelo medo (fumante é tão cara de pau que ao invés de abandonar o cigarro e continuar a vida, não, procura um caminho totalmente alternativo para não ter que deixar de fumar!)
O tempo passou e em agosto de 2016 lá estava eu e minha médica no consultório de novo. Era a hora de tirar o DIU. Eu ainda não pretendia engravidar, mas colocar um novo DIU e tirar antes de 5 anos não me parecia a melhor opção. Minha ginecologista deixou bem claro nessa consulta que ela não ia me dar a opção da pílula de novo. Começamos a pensar em ouras alternativas e eu mesma pensei "Porra! Olha a confusão, a dificuldade, os riscos... não é mais fácil eu parar de fumar?". Além disso eu havia deixado no ar uma promessa de parar de fumar quando o DIU fosse embora.
Foi nesse dia que anunciei, pela primeira vez, que eu ia tentar parar de fumar. Eu falei com tanta convicção e foi tão sincero que notei pelo olhar da minha médica que ela sabia que não era mais uma das promessas em vão. Eu falava sério - seríssimo. Essa consulta foi dia 20 de agosto de 2016 e alguns dias depois eu parei de fumar. Quando voltei ao consultório em setembro foi um festerê comemorativo. Eu havia conseguido! (tem até post dessa data aqui, só não quis entrar em tantos detalhes na época)
Eu sempre achava que era exagero da minha ginecologista, mas a combinação cigarro e pílula é perigosíssima. Eu não me arriscaria de novo e fico realmente muito preocupada quando alguma tabagista me conta que usa essa forma de anticoncepcional. É a tal da roleta russa que minha médica dizia e eu tinha tanto medo de ter um problema resultante da combinação disso que achei mais fácil parar de fumar.
Quando eu digo que foi uma combinação de fatores que me fez decidir largar o cigarro de vez, o caso do anticoncepcional foi uma delas e podem ter certeza que pesou muito na minha decisão. Fica aqui a minha história e o meu alerta.
Até a próxima pessoal!