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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Notícias!

agenda, falta de tempo


Minha rotina anda tão corrida e tão estranha que tenho encontrado certa dificuldade para entrar aqui e atualizar o blog. Aliás, esse ano está bastante atrapalhado: não tenho corrido o tanto quanto planejei, recentemente tenho escrito aqui menos do que gostaria e quando olho e vejo que o mês de abril já se foi pela metade começo a entrar em um pequeno pânico. Que ano corrido! Ontem mesmo eu estava com meu marido tentando encontrar um final de semana livre para uma programação nossa e... veja bem... só a partir de 28 de maio! Cruzes!
Uma coisa é verdade, eu nunca vou poder reclamar de tédio. Minha vida é tão turbulenta, sempre foi e por mais que eu tente organizar melhor as atividades, esse caos total muitas vezes não parte da minha agenda em si. E olha que agora como ex-fumante eu tenho uma dinâmica melhor para fazer as coisas, já que não preciso parar de tempo em tempo para acender um cigarro!
Por falar nisso, muitas vezes eu até esqueço que já fui fumante e fico surpresa em como a minha relação com isso mudou. Parece um passado tão distante, por mais que ele não esteja tão longe assim. Juntando isso com a minha correria de vida, penso que é algo bom. Quem sabe se eu tivesse mais tempo ocioso eu não estaria com dificuldades até agora, vai saber. 
Toda essa reflexão para dizer que estou bem, estou feliz e continuo invicta! Yeah!
Como eu já dei o briefing no início desse texto, tem muita coisa programada para os próximos tempos e vou dividir tudo aqui com vocês! Vai ter ultramaratona de revezamento na praia (eita!), vai ter viagem para o exterior (de novo, viva!), preciso falar sobre um curso que estou fazendo no centro espírita (mistério!), tem amiga que parou de fumar (e me deixou morrendo de orgulho), ah, tem aquela meia maratona em agosto, lá no Rio de Janeiro e é claro que eu nem comecei a treinar (Socorro!)... entre muitas outras novidades quentinhas que vão acontecer e eu vou contar tudo aqui!
Não gosto de criar "promissórias literárias", mas depois de tantas que acabei de fazer vou criar mais uma: prometo que o próximo texto será mais rápido.
Aguardem!
Vamos que vamos, até a próxima pessoal!
Carol - 231 dias sem fumar!

segunda-feira, 10 de abril de 2017

O fantasma do câncer



Em um intervalo de 15 dias eu recebi a notícia de dois casos de câncer no pulmão de pessoas que trabalham na minha empresa. Não preciso nem dizer o quanto essa informação me deixou bem atordoada.

Eu particularmente fico muito assustada, pois como tenho histórico na família e sou ex-fumante, eu vivo com esse fantasma acompanhando meus pensamentos. Além disso, está aí o tipo de notícia que nunca é fácil de receber, não importa se a pessoa é super próxima de você ou apenas um conhecido de corredores de empresa. Digeri as informações dos meus colegas de trabalho e em um português bem claro só consegui pensar "Que merda" e ficar chateada com a situação.

Um dos meus colegas de empresa tem 23 anos e nunca fumou, informações que me deixaram muito impressionada. No outro caso trata-se de um ex-fumante e, consequentemente, vem todo um discurso pelos corredores da empresa sobre os malefícios do cigarro e tudo mais. Particularmente acho que não é hora de olhar pra trás, mas sim encarar o futuro e torcer por eles. Talvez também essa seja minha defesa como ex-fumante e meio o que faço com a minha vida agora: esquecer o que já passou e rezar para ficar tudo bem.

Eu já falei aqui no blog sobre o fantasma do câncer, é sempre um medo que terei como tabagista e, como disse no post, acredito que todo fumante tenha (ainda que a gente tente dar uma super disfarçada e mudar de assunto quando o papo é esse).

Tudo isso serviu para, além de me deixar pensativa e chateada, pensar no quanto eu as vezes me apego a detalhes tão banais do meu parar de fumar e no fundo eu deveria é agradecer por ter parado antes de ficar doente. Serviu também para se um dia eu tiver uma nova fissura eu pensar que isso não é nada perto de tantos outros males que eu poderia ter (e que ainda posso, eu sei disso).

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Novidade! Coluna no Hey I am Lili!

É com bastante alegria que venho compartilhar uma novidade com vocês! Agora sou colunista do blog Hey I am Lili. Todo mês haverá uma publicação minha por lá! Eu não disse que essa minha nova vida sem fumaça só me trouxe alegrias e ótimas surpresas? 😊

Fico muito feliz com meu novo cantinho mensal em outro blog e é a minha oportunidade de compartilhar com vocês outros assuntos, um pouco menos "fumacentos" digamos!

O Hey I am Lili é um blog maior e com uma série de publicações. Tem de tudo um pouco: jardinagem, histórias de viagem, saúde, reflexões e uma imensidão de assuntos para vocês se jogarem na leitura!

O meu cantinho fica na pasta de Collabs no item Friends - mas o post de hoje está na página principal. (Tô me achando!)

Ah, claro, o blog Projeto Parar de Fumar continua a todo vapor (mas sem vapor, rá!), nossos encontros aqui continuam!

Vamos economizar nos caracteres desse post aqui, pois hoje a leitura é no Hey I am Lili! Para entrar, cliquem aqui ou na imagem abaixo!

Espero que gostem, nos encontramos por lá e deixem comentários!




segunda-feira, 3 de abril de 2017

No aeroporto como ex-fumante

Na semana passada passei pela minha primeira experiência de viajar de avião como ex-fumante. Já relatei aqui em outro post (segura o link!) a dificuldade que eu enfrentava ao encarar o aeroporto e o avião quando eu era tabagista. Agora foi a minha primeira vez nessa nova vida sem fumaça.

Foi um daqueles momentos em que eu olhei bem o que estava acontecendo e chega a dar alguma emoção. Ver que embarcar para uma viagem é muito mais simples do que sempre foi e não ter que me preocupar com tempo sem fumar, fumódromos e outros problemas que estariam por vir. Era a hora de pensar somente na viagem, simples assim.

Chegando em Guarulhos é claro que a primeira coisa que fiz, bem na porta de entrada do aeroporto, foi olhar para o setor de fumantes. Ele estava lá, onde sempre esteve, nos encaramos e segui em frente. Foi aquele encontro de fim de relacionamento: nos encaramos, lembramos de vários momentos, mas nossas vidas seguiram para lados opostos, então não há nada o que se fazer.

Confesso também que bateu uma breve saudades. Não de fumar em si, mas da sensação de prazer que aquele lugar me dava. Só um fumante sabe o alívio que é encontrar um cinzeiro, especialmente quando o assunto é desembarque. Tenho até vergonha de admitir, mas fumar um cigarro depois de longas horas de aeroporto e avião era uma das melhores sensações do mundo! Agora não mais. Lembro do livro do Alan Carr quando ele diz que não entende o prazer nessa tortura. É como usar sapatos apertados só para ter o prazer de tirar depois. É sem sentido.

Foi assim que pela primeira vez eu fiz o check-in e imediatamente passei para o lado do embarque! Uma vez lá, pela primeira vez fui para a sala de espera VIP, onde as poucas vezes que estive foi de último minuto. Tem gente que até paga para esperar o voo nessas salas e eu que tenho acesso gratuito trocava por alguns tragos de cigarro.

Também descobri a alegria em passar na área de segurança do aeroporto sem um isqueiro! O aeroporto de Guarulhos e eu temos um longo histórico de cenas de constrangimento entre o raio-x, a segurança, o isqueiro e eu - daria um post a parte (os meus isqueiros sempre eram confiscados e eu sempre ficava p da vida).

Acima de tudo, descobri o prazer em embarcar em uma viagem com calma, sem panico e sem angústia. A sensação é maravilhosa!

Mais uma vez eu vejo que parar de fumar não é simplesmente apagar um cigarro para sempre. São muitas mudanças na minha vida e posso dizer que todas elas para melhor! Cada vez mais os argumentos ficam mais fortes e confirmo de que realmente só tive a ganhar. A experiência do aeroporto foi uma delas!

Vida que segue, vamos que vamos!
Até a próxima pessoal!
Carol - 217 dias livre do cigarro!


Eu trocava isso pelo cigarro!

E isso também! Loucura!

quarta-feira, 29 de março de 2017

7 meses sem fumar!



Já são 07 meses sem fumar! Quem diria! 07 meses!

O tempo está passando muito rápido, pois a sensação que tenho é que outro dia mesmo estava aqui comemorando algum outro "mesversário" desse projeto sem fumaça.

Uau! Já se foi realmente mais da metade de um ano e fico incrédula de como consegui chegar até aqui!

Se eu sinto vontade de fumar? Não. As vezes vem uma fissura ou outra, admito, mas é algo tão inofensivo que eu poderia até chama-la de "lembrança de outros tempos" - fissura é uma palavra muito forte e é algo que, pra minha felicidade, faz tempo que não acontece.

Algumas vezes sinto falta de soltar fumaça. Só que eu me lembro que para aliviar esse desejo é um pouco mais complexo do que simplesmente fumar qualquer coisa que seja. Eu não quero ficar fedendo cigarro/charuto/cigarrilha e, além disso, eu tenho pavor de baforar algo e voltar à estaca zero, então sigo smoke free. Eu tive uma trabalheira danada para chegar até aqui e não é agora que vou colocar tudo a perder. Isso, aliás, foi um dos meus argumentos pra mim mesma na época que ameacei comprar um cigarro eletrônico para soltar fumaça (já falei a respeito nesse post aqui).

Eu lembro quando parei de fumar e via o pessoal com mais de 200 dias no chat do QuitNow! e ficava imaginando como eles deveriam se sentir, como seria a vida tanto tempo depois de parar e tudo mais. Hoje estou aqui. Cheguei! Tchanam! Que alegria! Eu consegui!

Vida que segue, feliz 07 meses para mim!
Até a próxima pessoal!

Nota rápida: Essa semana tem viagem de avião. Internacional. Coisa rápida, mas será meu primeiro teste do avião como ex-fumante (Sugiro uma leitura ao post do aeroporto para maiores esclarecimentos). Novas descobertas nessa vida sem fumaça! Depois conto tudo para vocês!
(Pra quem segue o blog no Insta vai ter infos da viagem em primeira mão, a partir de sexta!)


sexta-feira, 24 de março de 2017

Notas sobre sábado


Final de semana chegando e eu só consigo me lembrar de como eu detestava esse momento nas minhas primeiras semanas sem fumar. Quantas vezes não me vi pensando em arranjar um emprego, um curso um qualquer coisa que fosse como forma de tentar enfrentar os meus dois dias de folga na semana de forma mais tranquila.

O maior vilão de todos era o sábado. Aquele dia de descanso outrora o meu favorito passou a se tornar uma ingrata data, regada de desespero e fissuras no nível extremo. Era realmente insuportável. Eu até apelidei esse dia da semana como "Sábado - o temível". Até que um belo dia tudo isso passou. Não me lembro exatamente quando ou como, mas fato é que a tortura acabou e tudo voltou a ser exatamente como antes. Misteriosamente.

Eu vejo nos grupos de ajuda o desespero do pessoal que está no início do processo de parar de fumar e sei exatamente o que eles estão passando quando se queixam dos finais de semana. De certa forma eu consigo até sentir essa sensação horrível quando leio os relatos e sempre digo: aguentem aí. Segurem firme, se precisar chorem, gritem, só nunca, em hipótese alguma fumem! Vai por mim, é possível ainda que a pior sensação do mundo.

Hoje é um alívio enorme para mim chegar aos finais de semana e tê-los de volta para mim como sempre foram. Fico feliz por ter resistido bravamente, existia luz no fim do túnel e eu consegui chegar lá! Todos somos capazes, eu acredito!

terça-feira, 21 de março de 2017

Mãe, eu consegui! Desculpe a demora!

Saudade infinita

Falar sobre a minha mãe para mim ainda é muito difícil. Ainda que eu tenha evitado tocar no assunto por aqui, pelo menos uma reflexão ou outra eu vou acabar fazendo, até porque tem total sinergia com esse blog. Para quem não sabe minha mãe faleceu de câncer no pulmão. Sim, ela era tabagista.

Muita gente já me questionou por que eu não parei de fumar logo quando ela faleceu. Eu mesma já me questionei isso várias vezes. Afinal de contas, eu vi a minha mãe lutar contra essa doença por quase 02 anos, acompanhei o desgaste físico e emocional de toda a minha família e mais ainda, convivi com o efeito devastador que o câncer causa. Foi tudo muito horrível e doloroso (conforme eu escrevo esse texto percebo que ainda não superei o que passei e encontro muita dificuldade em tocar no assunto).

Mas a pergunta é: por que eu não parei depois que vi tudo isso? A resposta mais simples e óbvia é "porque eu não quis". De certa forma é bem isso mesmo, se eu realmente quisesse ter parado eu ia parar. Só que agora eu também vou me defender: não era tão simples assim.

Eu fiquei apavorada quando minha mãe faleceu. Eu tinha 23 anos e me vi sozinha, com medo, totalmente a deriva e sem saber como seguir em frente. Se hoje, passados quase 09 anos, eu ainda tenho dificuldade para lidar com isso, imaginem como ficou minha cabeça na época. Foi muito difícil e eu tive que tirar uma força absurda para me levantar, seguir em frente e tocar a minha vida adiante. Foi muito difícil, muito triste mesmo.

Eu havia prometido para a minha mãe que eu pararia de fumar. Ela me pediu tanto. Tanto, Tanto! Só que antes eu tivesse tentado enquanto ela estava viva. Ao menos eu teria o apoio, o abraço e o carinho dela. Depois que ela faleceu eu não conseguia achar forças para tocar mais nenhum outro projeto em frente, muito menos o de parar de fumar. Decidi que alguma hora eu pararia, mas naquele momento eu não teria forças e resolvi deixar para um outro momento.

Foi a partir da minha época de luto que comecei a fumar escondido de muita gente - inclusive daqueles que sempre souberam que eu fumava. Foi dolorido pra mim todos esses anos continuar junto daquele que tirou a minha mãe de mim, mas ao mesmo tempo de maneira bem contraditória o cigarro era o meu maior aliviador de angústias e dores. Vai entender!

Vocês não imaginam a quantidade de vezes que eu ouvi "E você ainda fuma?" seguido de um olhar horrível quando o assunto era a morte da minha mãe. Uma ressalva aqui: existia o questionamento amigável, porque convenhamos, era curioso o fato de eu continuar fumando, mas também tinha o questionamento arrebatador, com o olhar de reprovação e desprezo. Esses eram cruéis. Engraçado que essas mesmas pessoas que me criticavam cruelmente nunca me ofereceram ajuda: seja pelo vício ou seja pelo luto.  Foi cada paulada que eu recebi, inclusive o horroroso discurso que dizia que eu não deveria me permitir chorar uma morte que eu também estava buscando pra mim(!).

Essa fui eu nos últimos anos. Fumando, sendo julgada e me culpando. Aos trancos e barrancos cheguei no memorável dia 29 de agosto de 2016, quando eu finalmente abandonei o vício!

Lógico que eu queria ter parado antes, lógico que eu nunca deveria ter continuado e aproveitado o caos da minha vida e a minha dor para abandonar o cigarro lá em 2008 quando eu perdi minha mãe. Só que eu não consegui. Hoje eu também vejo a força maluca que eu tive que ter para parar de fumar e sinceramente eu não sei se eu conseguiria naquela época, eu já estava sofrendo demais. Seria força demais para uma pessoa só, eu não sei se eu conseguiria.

Enfim, águas passadas, o que já foi já foi e fato é que eu demorei, mas finalmente eu parei. Ufa pra sensação de culpa e ufa por me livrar desse vício horrível.  Minha mãe implorou para eu parar de fumar e hoje eu só posso dizer "Mãe, eu consegui. Desculpe a demora!" e respiro aliviada em todos os sentidos e por todos os dias.

E vamos em frente!
Vida que segue!
Até a próxima pessoal!